Hiraeth é um curta de animação sobre o luto na infância. O foco é bastante subjetivo, envolvendo as transformações emocionais e os pensamentos inconscientes relacionados à experiência.
A narrativa se baseia na experiência do personagem principal – um garoto de 8 anos – frente à morte de sua mãe durante uma viagem. Ela é baseada em sua percepção e fluxo emocional, procurando estabelecer uma relação de identificação com o público por meio dos sentimentos atrelados ao luto. Para tal, utilizam-se aspectos simbólicos e traço e cor de teor mais experimental.
story excerpt:
trecho da história:
Eu senti seu chamado. Ela me guiou por caminhos que não tinha notado antes. Era um lugar estranho e branco. Havia tantas coisas vivas e esquisitas. Elas me lembravam das criaturas do Ernst.
Nós caminhamos por um longo tempo. Nunca voltei àquele lugar, mas lembro que parecia não ter fim.
Seguimos andando, mas depois de um tempo estávamos exaustos. Paramos para descansar e acabamos dormindo abraçados. Quase me senti completo de novo.
trecho do filme:
“Saímos do carro ao redor da cordilheira de montanhas que cercava a cidade do meu pai. Algumas das montanhas mais altas tinham um pouco de neve no topo. Era outono, então ventava bastante. Eu nunca tinha visto um lugar tão bonito. Era friozinho e dava pra ver neve ao longe sem ficar desconfortável.
O outono estava começando e as folhas ainda tinham toda aquela mistura de verde e laranja. A echarpe vermelha da minha mãe ondulava ao vento e fazia desenhos engraçados quando saímos do carro. Descemos para perto do rio, onde tinha o caminho pra cidade. Corri em direção à beira do penhasco, de onde conseguiria ver todo o vale.”
“Quando acordei, me dei conta que estava perdido. Tinha um monte de criaturas ao meu redor. Eram bichos estranhos e muito coloridos e tinham formas bizarras. Eles me cercavam, pareciam me conhecer de alguma forma, estar acostumadas comigo. Alguns deles me lembravam um carnaval de máscaras de quando eu era muito pequeno e um deles era igual ao meu antigo amigo imaginário. Elas estavam por todo lado e aquilo me enlouquecia. Eu queria estar sozinho.”
“Os caminhos são bastante diferentes entre si, quase como se houvessem vários tipos de caverna mesclados em um só local. Eles brilham com diferentes cores, como se fossem feito de rochas diferentes ou uma luz viesse de dentro delas (dependendo do tipo de pensamento a que estão conectados). Partes pouco acessadas desenvolvem musgo. A medida que o menino caminha, é possível ver relances de algumas câmaras.”
(coluna direita: concept art por Gabriel Zanini)
storyboards, gráfico intensidade x tempo & stills:
story excerpt:
trecho da história:
trecho do filme:
créditos:
narrativa: Rachel Freire
orientação: Rian Rezende
concept art (personagens): Rachel Freire
concept art (cenário): Gabriel Zanini & Rachel Freire
animação: Rachel Freire
documentação: Rachel Freire & Letícia Leão
agradecimentos: Nicole Janér, João Alegria & Rudá Moreira
música: “The Road”, Nick Cave & Warren Ellis
Para mais informações sobre pesquisa teórica e de similares, consulte o documento de projeto.